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Papa em mensagem ao Ano Compostelano: sair de si mesmo para se abrir ao outro
Começou no final de 2020, em 31 de dezembro, o Ano Compostelano,
um jubileu que se realiza no ano em que o 25 de julho, em memória a
São Tiago, cai em um domingo. Assim, de fato, é o caso de 2021, como
foi em 2010 e será em 2027. Segundo o arcebispo de Santiago de
Compostela, dom Julián Barrio Barrio, "um ano de graça e de perdão"
a todos aqueles que desejam participar. Neste terceiro Ano Santo
Compostelano do terceiro milênio do cristianismo, continua o arcebispo,
“o testemunho corajoso de São Tiago Apóstolo é uma oportunidade para
redescobrir a vitalidade da fé e da missão, recebida no Batismo”.
A mensagem do Papa na abertura da Porta Santa
Por ocasião da abertura da Porta Santa, dom Julián recebeu uma mensagem
do Papa Francisco, ao expressar carinho e proximidade "a todos aqueles que
participam deste momento de graça para toda a Igreja e, em particular, para
a Igreja na Espanha e na Europa". Seguindo os passos do Apóstolo, escreve o
Pontífice, "deixamos o nosso eu, aquelas certezas às quais nos agarramos,
mas com um objetivo claro em mente, não somos seres errantes, sempre
girando em torno de nós mesmos sem chegar a lugar algum. É a voz do
Senhor que nos chama e, como peregrinos, nós a acolhemos em atitude
de escuta e de busca, empreendendo esta viagem para encontrar Deus,
os outros e nós mesmos".
A misericórdia de Deus acompanha o nosso caminho
O objetivo, enfatiza o Papa, é tão importante quanto o caminho rumo a ele,
que é um caminho de conversão seguindo Jesus, o Caminho, a Verdade e a
Vida. Citando a Carta Apostólica "Misericordia et Misera", de 20 de novembro
de 2016, o texto continua com uma mensagem que reafirma: "neste caminho,
a misericórdia de Deus nos acompanha e, mesmo que a condição de fraqueza
devida ao pecado permaneça, ela é superada pelo amor que nos permite olhar
para o futuro com esperança e estar prontos para colocar a nossa vida de volta
ao caminho certo".
Um caminho com leveza e em companhia
Para se colocar em caminho, devemos primeiramente nos desligar das coisas
que nos pesam. Depois, na vida, não caminhamos sozinhos e confiar nos nossos
companheiros sem suspeitas e desconfianças "nos ajuda a reconhecer no próximo
um dom que Deus nos dá para nos acompanhar nesta jornada". É uma questão de
"sair de si mesmo para se unir aos outros", de esperar e se apoiar uns aos outros,
compartilhando trabalhos e realizações.
No final da viagem, escreve o Papa, nos encontraremos com uma mochila
vazia, mas com "um coração cheio de experiências forjadas em contraste
e em harmonia com a vida de nossos outros irmãos e irmãs que vêm de
diferentes contextos existenciais e culturais". E, redescobrindo o nosso dever,
ser discípulo missionário "para chamar todos para aquela pátria para a qual
estamos nos movendo".
O peregrino comunica a fé com a sua vida
Francisco descreve o peregrino como aquele que é capaz de se colocar nas mãos de Deus,
consciente de que a pátria prometida já está presente em Cristo que está perto dele e, assim,
"toca o coração do seu irmão, sem artifícios, sem propaganda, na mão estendida, pronta a dar
e a receber". Os três gestos que os peregrinos fazem ao chegar à Porta Santa lembram o
motivo da viagem, escreve ainda o Papa: o primeiro "é contemplar no Pórtico da Glória o
olhar sereno de Jesus, o juiz misericordioso", que nos acolhe na sua casa. O segundo é o
abraço que nos vem da imagem de São Tiago Apóstolo que nos mostra o caminho da fé.
A participação na celebração eucarística, o terceiro gesto, nos convida a "sentir que somos
o povo de Deus", chamado "a compartilhar a alegria do Evangelho".